quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lá onde deixei minha alma


Pela estrada que sugere o infinito, meus pensamentos viajam como querendo fugir do meu coração.Nessa estrada correm teus olhos tristes, hoje tão distantes, as montanhas que por ti passam e escondem-se na mata densa os segredos que transitam confusos tua mente.Íngremes como as montanhas que tento galgar, obscura como a mata que tento atravessar para chegar até você.
Olho adiante e no horizonte encontro tudo que deixei para trás.Por um momento o cenário fica estático, a estrada silencia.O vento passa fugaz por mim e como se vazasse meu corpo, leva o meu coração para o caminho de volta.
Lá onde deixei minha alma. Onde encontrei tua dor.Lá onde meu corpo queria se perder. Onde minhas mãos queriam pousar.Lá onde minha boca ávida queria roçar. Onde enfrentei a batalha do amor com o limite do desejo.Lá onde conheci a renúncia.
Quem me dera o poder de pintar o meu amor na paisagem visível aos teus sentidos!Quem me dera que em meio a essa natureza divina pudesses encontrar a pureza e o sentido desse amor!Quem me dera que mais tarde, quando nessa mesma estrada passares, se fizesse brisa o amor e murmurasse ao teu coração todo o meu bem querer, que de tanto te amar, desprendeu-se de toda a dor!
Converso com o céu que me acompanha, rezo...e rezando ainda te encontro.Que a ilusão que te prende e não te permite seguir, não te leve o que de mais verdadeiro possuis.Que não lances no abismo de teus devaneios o que de mais sagrado existe.
Sempre que te perderes na estrada da vida, que as vezes nos parece tão deserta, e a solidão e a incerteza de teus passos te trouxerem sede, busca-me e meu amor te saciará.

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