sábado, 31 de outubro de 2009
O quadro, da vida.
Nada é suficiente para preencher a cratera que se alojou aqui dentro...
Prometi o próximo semestre, essa semana... Prometi todos os dias para você! Te fiz acreditar no nosso almoço em Marte, que te daria os anéis de Saturno. Menti. Não gosto do que é ordinário.
Para quem já teve muito, o seu é muito pouco. Não aceito seus anéis, tampouco mais uma vez com você.
Fiz aquele olhar de apaixonada, não é? Aquela carinha, meio de lado. Te comovi, não é?
Eu fiz teatro. Agora a vida virou meu palco. Meu pulso é muito intenso...
..............
Compreenda .... Jamais daria meus dias para você.
Passam os momentos e resta-nos as lembranças que, impossíveis de banir, tiram o brilho das noites. Talvez seja magnífico este quadro cheio de desproporções e incompatibilidades.
O quadro, a vida.
Os prazeres dela e os frutos de suas conseqüências. Vemos espirituosamente estes momentos sendo montados sem que possamos ter controle.
E vemos passar, arruinar, sentir. Transferindo dores, amores, sonhos, raivas. Transferir sentimentos para que possamos mudar a vida, nos fazem viver na falsidade entre as sombras e o silêncio.
Agarrar-se a mais pura alegria para desprender-se da infelicidade do passado não é apenas um erro, é um perigo. De perder o crescimento que o sofrimento, como aprendizado, traz da vida.
Entre egoísmos e exageros típicos, ninguém pode ser totalmente conhecido. A alma engana, o coração sofre, mesmo calado, e os olhos mentem. Entre recomeço e esconderijos todos possuem esta mania de viver no outono, mas eu já disse isso antes.
Entre um outono e outro esqueço das tempestades típicas, mesmo no verão elas surgem como temporais rápidos, eu vejo pela janela. As palavras continuam as mesmas. “Vou ficar ao seu lado”. Que lado? Aqui dentro do meu quarto só cabe uma pessoa, só cabe solidão, e mais nenhuma sentença.
Não é um esconderijo, é uma maneira de viver religiosamente como uma avalanche, por que não me preocupo com elas, as palavras. Entrego-me em fantasia com as mesmas palavras, e me engano com as jogadas sobre mim, e disfarço casos e acasos. Não condeno tristezas, e nem escondo egoísmos. Se tudo parece verdade diante dos olhos perdidos, para mim, parecem pouco de mais para me preocupar e muito para ignorar.
Mais rápido que o próprio pensamento, sem grandes manobras para os novos sentidos de uma alma enganada, a lembrança de um outono suave e delicado como a flor que guardei seca na gaveta, vêm me descobrir fraca e estremecida diante da exclamação sem sentido que termina na frase escrita: “Não esqueça, que te amo!”.
Diferentes trilhas
Nessa vida já passei!
Devo caminhar com esperanças
De alcançar meu objetivo
Tento aproveitar um pouco
A tudo que aprendo
Aonde passo vou colhendo e cultivando
Amor, esperanças com paciência e resignação
Sem preocupar-me até onde vai minha busca.
Consigo entender
Que toda essa caminhada é aprendizado
Necessário ao meu crescimento espiritual
Durante horas meu refugio foi à janela, estava úmido lá fora. Na janela avistava todas as luzes, pessoas, tudo o que poderiam estar fazendo dentro de suas casas, nos bares, em qualquer lugar.
Todos gostamos muito de pensar na vida, não na nossa, mas nas vidas e de seus tramas, dramas, gostamos de tudo o que não nos pertence. Por isso minha janela tornou-se meu refúgio em noites em que o sono me abandona, gosto de pensar nas vidas, gosto de não pensar em nada.
Vi um homem passar, bêbado suponho, gritava horrores contra o mundo, chorava muito, imaginei que seu motivo pudesse ser amor. O estranho foi quando senti uma lágrima escorrer em meu rosto. Por que deveria me compadecer daquele pobre coitado que sofria com uma garrafa nas mãos? Porque ele é igual, um homem como todos nós, fraco, de alma delicada e frágil como todos que já conheceram a dor.
Quem deveria ser a mulher que desgraçou sua felicidade? Quem mais acabou com sua esperança e o fez cair nas ruas? Naquele momento queria estar nas ruas, não para me esconder como aquele homem, mas para procurar sair de meu refúgio e encontrar ela... A minha vida
Sou uma pessoa que busca um sonho...não tenho tudo que quero,mais vou á luta pra conquistar...adoro minhas filhas.....minha família e amo
a Deus...e vou vivendooooo!!!
Vivendoooo cada momento...como se fossem momentos mágicos,e os são...pq eles são únicos e inegualáveis e não voltam mais!
Estou aprendendo viver sem pressa,um dia de cada vez e assim aprendendo á esperar o que o destino reserva pra mim,sem medo...sem ansiedade!
Estou aprendendo a ser feliz,aprendendo mais de mim e das minhas limitações,aprendendo a enchergar as coisas como elas realmente são sem fantasiar,apenas aceitando.
E vou vivendoooooo...tentando ser feliz feliz!!!
Apenas um passo...
Muitas vezes necessitamos de apenas um passo,
Para que muitos sonhos se tornem realidades,
Pois existem momentos que nossos sonhos,
Parecem estar apagados, guardados, esquecidos...
Absorvidos pelas futilidades do dia-a-dia
Esquecemos de nossas prioridades,
Não agendamos uma hora para nós mesmos,
E caímos em nosso esquecimento interior,
È neste momento que devemos dar o primeiro passo,
Para enfrentar nossos fantasmas,
Nossos medos, nossos tremores,
E tentar...nada mais do que tentar...
Tente da primeira vez,
Da segunda vez,
Da terceira vez,
...da quarta,
...da quinta...
...quantas forem necessárias...
O importante é dar o primeiro passo e tentar...
Se não der certo... o que importa?Tente novamente...!
Quantas forem necessárias...
Até que você realize o que sua alma almejar!
E lembre-se...Sempre tentar!!!
Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade,de vazio...
Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente:
As perdas do ser humano. Ao nascer, perdemos o aconchego , a segurança e a proteção do útero.
Estamos, a partir de então, por nossa conta.
Sozinhos.
Começamos a vida em perda e nela continuamos. Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem.
Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói...
E continuamos a perder...e seguimos a ganhar.
Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas por que alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair...
E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por que? Perguntamos a todos e de tudo...
Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás...
Estamos crescendo.
Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer (?)...
Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros.
Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade.
Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso.
Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto.
Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros.
E aprendemos.. E vamos adolescendo... ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura.... ganhamos o mundo.
Neste ponto, vivemos em grande conflito.
O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos... ah! os sonhos!!!
Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.
Aí de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo...todos nos admiram.
Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados.
Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo.
Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais?
A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado? (???)
E continuamos amadurecendo.... ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma.
E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer...
Mas perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos - lhe aquele beijo estalado... mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade...
E assim, vamos ganhando tempo.... enquanto envelhecemos.
De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso... e perdemos cabelos.
Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir... perdemos a esperança.
Estamos envelhecendo. Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo... afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede...
Que a gente cresça e não envelheça simplesmente... Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie... Que tenhamos rugas e boas lembranças... Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia... Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos... E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados. Afinal, o que é o tempo?
Quando acordares é bom que saibas que essas coisas valem a pena na vida...e são as que ficam...um dia na chuva, um beijo...um vento que dá a brisa no calor...uma fuga prá um mundo distante onde a gente é feliz nem que seja por pouco, mas que seja bom...Que pensar em outra pessoa com carinho faz a gente ser menos sozinho, faz querer viver mais um pouquinho, nem que seja prá lembrar.Que o mal e o bem andam de mãos dadas na vida, que as escolhas que a gente faz são únicas...arrependimento não pode existir pq a vida é prá frente, é de golfada em golfada de ar e a gente não é super homem prá fazer o mundo girar ao contrário e voltar o tempo...a existência da gente é marcada pelos sorrisos apenas,pelos momentos em que fomos loucos e felizes...a gente não guarda memória da dor...a dor é prá ser colocada num baú que a gente coloca no porão e carrega numa possível mudança, pois sempre é bom ter onde guardar ador, mas que não se precise abrir nunca mais o baú dos espantos e medos.Permitir na vida da gente que uma outra pessoa se aproxime e que nessa próxima estada nos toque, o corpo e quem sabe a alma, é a coisa mais pura e mais simples e mais verdadeira que se pode fazer na vida...o resto é sobrevivência...jogo de
espelhos...tempo que passa...e a gente acha que o resto que é importante,porque as pessoas que a gente toca na alma geralmente são poucas, até porque a alma da gente é um suspiro pálido que se guarda num castelo frio como um fantasma...Mas a alma é quente, é boca molhada, é coragem de dizer "te quero"...a alma é colorida, é da cor da pele da gente, é da cor que fica o olho da gente quando brilha ...a alma é aquilo que a gente descobre que tem por dentro quando desperta prá vida,quando o corpo te leva leve aos lugares certos, quando viver é mais que pisar duro no chão e empunhar uma espada matando um leão por dia...A gente acha que ser guerreiro é tudo...que a espada vai proteger e dar honra e glória...mas a felicidade éa borboletinha que passa...frágil e pequena e a gentenem vê...nem nota...porque quer desafios maiores.
Hoje quando acordares, quero que saibas que quando te olhei vi a tua alma olhando prá minha, dando um sorriso, fui então tb capaz de sorrir na minha alma perdida nas batalhas duras do dia a dia ...e amansei minha guerreira e sua espada e permiti que os leões descansassem e até esqueci onde havia guardado a chave daquele baú dos espantos e medos e dores da vida...Tua alma...tua vontade, tua verdadeira pele de lobo ou de cordeiro, teu guerreiro que luta, a cor do teu olho quando brilha...como que as almas vão se arrepender depoderem ter olhado o mundo e respirado num momento de trégua?? Hoje, quando acordares, quero que saibas que quando uma pessoa toca a outra, se for na alma, a gente não vai esquecer nunca...é algo mágico, que fica marcadona pele e no energia da gente...é quando os pontos energéticos, os chackras se alinham e a gente vira umapilha sem quase perceber...e isso pode nos carregar decoisas boas ou não...por isso as almas precisam saberum pouco de eletricidade...prá descobrir quando soltafaísca, quando a gente pode ser capaz de dizer..."tive vontade de te agarrar "...Hoje, já sabes...a gente foi um pouquinho mais alma doque de costume...amanhã tem a vida e os leões desempre...mas afinal...somos guerreiros...capazes de enxergar a alma e isso que importa. Paz indescritível...e a sensação de que a vida começa,recomeça, a vida não cessa...e que viver é bom.
Anjo mulher...
Anjos também amam e choram...
às vezes sinto-me como um anjo caído do céu...
Não que me compare a um anjo...
Mas meu amor por ti... é tão desmedido... enfim
Anjo perdido...por entre o luar...
Procurando em ti o amor que tens para me dar...
Perdendo-se em um sentimento,
olho desesperada... procuro te encontrar...
Flutuando entre o céu e a terra...
Que me adianta alcançar o céu e a lua?
Se minhas asas partidas me impedem de voar...
Tento voar com as asas da fantasia...
As asas do meu amor...
A vida é sonho...
E num desespero meu anjo tenta encontrar-te....
Amar- te... sofrer e chorar..Cura minhas asas para
que eu possa novamente voar...Vem até teu anjo...
sedento de amor...
E juntos voaremos entre as orlas brancas das ondas do mar...
Entre os raios do luar...Vem e toma-me para ti...e
talvez deixasse de ser um anjo...
Passaria a ser mulher... Mulher... E seria tua...
A menina dos sonhos de ser feliz ......
Conheço uma menina que tenta descobrir porque é que ainda pensa,sonha porque é que lhe caem lágrimas ao pensar , porque é que escreve porque .porq vive só ...… Mas a culpa não é dela, é da menina que inocentemente julga ser o ser humano mais triste no mundo.... entretanto, há-de haver sempre alguma coisa que lhe faça voltar a sorrir, é inevitável, ou é por voltar a ouvir a música que diziam ser dela, ou é por Ela evita, mas evita mesmo, tudo o que a possa fazer lembrar dela mas na verdade há sempre algo que escapa. É certo que ela já a esqueceu, mas ela teima em complicar a tarefa de o esquecer só por ele ter tido um papel importante na vida dela. Ela está cansada de reviver os bons momentos que passaram e acabar a chorar com saudades, está cansada de ir ao cinema e ao olhar para o lado aperceber-se de que está um lugar vazio, mesmo ao seu lado, que podia ser para ele, ela está cansada e sem forças, as lembranças não a largam e ela não sabe mais o que
fazer. Já tentou de tudo, mas o que realmente interfere no dia-a-dia dela é o vazio que ele deixou, a solidão apoderou-se dela de um jeito tímido e ela foi guardando para si aquilo que não queria dizer aos outros por vergonha. Na verdade ela tem saudades e diz que já o esqueceu quando na afinal nem tentou, convence-se disso mesmo, quer acreditar nas mentiras que diz aos outros enganando assim o seu coração. Mas está tudo a correr-lhe mal, ele já nem pensa nela e ela continua sozinha sem deixar que ninguém se aproxime, tem medo de voltar a sofrer porque todas as suas amigas lhe dizem que os homens são todos iguais e ela acredita. Ela foge de tudo o que seja sentimentos, ao mínimo sinal de perigo ela trata logo de se afastar da pessoa e um dia que alguém consiga fazer com que ela perca esse medo, esse alguém passará a ser único para ela. Lá no fundo ela só quer alguém que lhe prove que nem todos são iguais. Até lá eu vou lutar contra o mesmo medo dela e provar, também a ele, que nem tudo é difícil de esquecer.
Nem sempre cumprimentei os dias com um sorriso nos lábios, nem sempre fui quem sou hoje. Nem sempre sorri para quem me sorriu, nem sempre dei o braço a quem me deu a mão, nem sempre dei valor aos inimigos e nem sempre fui justa com os injustos. Nem sempre fui quem sou hoje. Lembro-me de quem era, de lugares, de pessoas, sítios que não regressam… Sei quem fui e sei quem sou. Sou lembrança de quem queria conhecer este mundo e o outro, sou lembrança de quem chorava quando não tinha o que queria, sou lembrança de quem batia o pé para pedir colo. Toda eu sou lembranças. Em tempos fui embalada, adormecida, acordada por quem desejava mas hoje?! Hoje sou eu quem embala, hoje embalo lembranças, adormeço sentimentos e desperto novas emoções.
Chego a afogar-me de tantas que são as lembranças. Na esperança de um dia conseguir vingar todas as que não são boas de lembrar, adormeço e descanso de tantas viagens que faço num minuto e sem sair do lugar. Dantes passava por todos os problemas abraçada em músicas, canções de embalar e muito mais, era embalada pelo conforto enquanto eu embalava lembranças e ligava pensamentos soltos. Cresci e hoje relembro lembranças, não de ontem, mas de quando tinha razões para as guardar e inconscientemente peguei nessas lembranças, boas e más, e construi a pessoa que sou hoje. Abraço, envolvo e disponho de toda a minha força para agarrar as lembranças que me restam dos tempos em que nada era o que é hoje, eu não era o que sou e o mundo não o pintava da cor que pinto hoje. Os olhos que espreitam o mundo pela janela são os mesmos de à
dezasseis anos atrás, a boca que dizia tudo hoje não diz nada, dentro da alma já trago eu outra imagem mas o espírito, esse é o mesmo de criança, astúcia de criança de criança que me impede de crescer pelo simples facto de ainda ter muitas
lembranças para embalar. O que ontem fiz será lembrado por alguém, o que hoje fiz só a mim me interessa e o amanhã é esperado com a curiosidade de uma criança de três anos. Admito, tenho uma caixa com lembranças, mas de que valeria essa caixa se não me lembrasse do porquê de ter aqueles objectos guardados naquele sítio especial? Lá limito-me a guardar aquilo que tenho medo de esquecer e quando precisar delas sei que estarão lá. Para mim chegam-me as lembranças que guardo comigo, que vão comigo onde quer que eu vá, essas chegam-me porque sei que os melhores momentos jamais voltarão e sei que, hoje, se não agarrar os momentos em que estou feliz, não terei outros iguais, o tempo vem e leva tudo deixando lembranças. Sozinha é quando dou mais atenção a todas essas lembranças e gestos que fazem recordar momentos. Lembro-me de quando era pequena e me sentia sozinha, fechava-me no quarto e da janela via a lua, só aí percebia que também ela estava sozinha e mesmo assim não deixava de
brilhar, era como se visse o meu reflexo naquele céu imenso, a lua tem várias fases, tal como eu, e mesmo estando sozinha não perde o brilho nem desiste, eu agarro-me a lembranças para não perder esse brilho e quero acreditar que e lua também tem onde se apoiar. Não é por estar sozinha ou longe de tudo que vou brilhar menos que os outros, tenho aquilo que a poucos resta, tenho coragem, coragem de enfrentar o que me aparece pela frente e sendo eu feita de lembranças cresço de dia para dia e cada vez ganho mais brilho, com todas as lembranças vou-me tornando no que a lua é. Os laços invisíveis, os afectos que ficaram por demonstrar, as cores que ficaram derramadas, as sombras que alargaram ao afastar tornaram imagens em lembranças e momentos numa vida. Não temos de saber explicar, nós sentimos, são as nossas lembranças, cada um cresce com as suas e aprende com elas e as minhas só a mim interessam. Guardo as minhas lembranças como de fossem pedaços de mim, guardo as sombras que me mostram o que fui e preso a mim levo memórias com que aprendi a crescer. A lembrança é o presente do passado.
Escrevo na esperança de que um dia, por acaso, encontres estas pequenas frases e entendas o que foste neste dia, hoje...
... ninguém!
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