sábado, 31 de outubro de 2009

A menina dos sonhos de ser feliz ......




Conheço uma menina que tenta descobrir porque é que ainda pensa,sonha porque é que lhe caem lágrimas ao pensar , porque é que escreve porque .porq vive só ...… Mas a culpa não é dela, é da menina que inocentemente julga ser o ser humano mais triste no mundo.... entretanto, há-de haver sempre alguma coisa que lhe faça voltar a sorrir, é inevitável, ou é por voltar a ouvir a música que diziam ser dela, ou é por Ela evita, mas evita mesmo, tudo o que a possa fazer lembrar dela mas na Photobucketverdade há sempre algo que escapa. É certo que ela já a esqueceu, mas ela teima em complicar a tarefa de o esquecer só por ele ter tido um papel importante na vida dela. Ela está cansada de reviver os bons momentos que passaram e acabar a chorar com saudades, está cansada de ir ao cinema e ao olhar para o lado aperceber-se de que está um lugar vazio, mesmo ao seu lado, que podia ser para ele, ela está cansada e sem forças, as lembranças não a largam e ela não sabe mais o que
fazer. Já tentou de tudo, mas o que realmente interfere no dia-a-dia dela é o vazio que ele deixou, a solidão apoderou-se dela de um jeito tímido e ela foi guardando para si aquilo que não queria dizer aos outros por vergonha. Na verdade ela tem saudades e diz que já o esqueceu quando na afinal nem tentou, convence-se disso mesmo, quer acreditar nas mentiras que diz aos outros enganando assim o seu coração. Mas está tudo a correr-lhe mal, ele já nem pensa nela e ela continua sozinha sem deixar que ninguém se aproxime, tem medo de voltar a sofrer porque todas as suas amigas lhe dizem que os homens são todos iguais e ela acredita. Ela foge de tudo o que seja sentimentos, ao mínimo sinal de perigo ela trata logo de se afastar da pessoa e um dia que alguém consiga fazer com que ela perca esse medo, esse alguém passará a ser único para ela. Lá no fundo ela só quer alguém que lhe prove que nem todos são iguais. Até lá eu vou lutar contra o mesmo medo dela e provar, também a ele, que nem tudo é difícil de esquecer.



Nem sempre cumprimentei os dias com um sorriso nos lábios, nem sempre fui quem sou hoje. Nem sempre sorri para quem me sorriu, nem sempre dei o braço a quem me deu a mão, nem sempre dei valor aos inimigos e nem sempre fui justa com os injustos. Nem sempre fui quem sou hoje. Lembro-me de quem era, de lugares, de pessoas, sítios que não regressam… Sei quem fui e sei quem sou. Sou lembrança de quem queria conhecer este mundo e o outro, sou lembrança de quem chorava quando não tinha o que queria, sou lembrança de quem batia o pé para pedir colo. Toda eu sou lembranças. Em tempos fui embalada, adormecida, acordada por quem desejava mas hoje?! Hoje sou eu quem embala, hoje embalo lembranças, adormeço sentimentos e desperto novas emoções.
Chego a afogar-me de tantas que são as lembranças. Na esperança de um dia conseguir vingar todas as que não são boas de lembrar, adormeço e descanso de tantas viagens que faço num minuto e sem sair do lugar. Dantes passava por todos os problemas abraçada em músicas, canções de embalar e muito mais, era embalada pelo conforto enquanto eu embalava lembranças e ligava pensamentos soltos. Cresci e hoje relembro lembranças, não de ontem, mas de quando tinha razões para as guardar e inconscientemente peguei nessas lembranças, boas e más, e construi a pessoa que sou hoje. Abraço, envolvo e disponho de toda a minha força para agarrar as lembranças que me restam dos tempos em que nada era o que é hoje, eu não era o que sou e o mundo não o pintava da cor que pinto hoje. Os olhos que espreitam o mundo pela janela são os mesmos de à
dezasseis anos atrás, a boca que dizia tudo hoje não diz nada, dentro da alma já trago eu outra imagem mas o espírito, esse é o mesmo de criança, astúcia de criança de criança que me impede de crescer pelo simples facto de ainda ter muitas
lembranças para embalar. O que ontem fiz será lembrado por alguém, o que hoje fiz só a mim me interessa e o amanhã é esperado com a curiosidade de uma criança de três anos. Admito, tenho uma caixa com lembranças, mas de que valeria essa caixa se não me lembrasse do porquê de ter aqueles objectos guardados naquele sítio especial? Lá limito-me a guardar aquilo que tenho medo de esquecer e quando precisar delas sei que estarão lá. Para mim chegam-me as lembranças que guardo comigo, que vão comigo onde quer que eu vá, essas chegam-me porque sei que os melhores momentos jamais voltarão e sei que, hoje, se não agarrar os momentos em que estou feliz, não terei outros iguais, o tempo vem e leva tudo deixando lembranças. Sozinha é quando dou mais atenção a todas essas lembranças e gestos que fazem recordar momentos. Lembro-me de quando era pequena e me sentia sozinha, fechava-me no quarto e da janela via a lua, só aí percebia que também ela estava sozinha e mesmo assim não deixava de
brilhar, era como se visse o meu reflexo naquele céu imenso, a lua tem várias fases, tal como eu, e mesmo estando sozinha não perde o brilho nem desiste, eu agarro-me a lembranças para não perder esse brilho e quero acreditar que e lua também tem onde se apoiar. Não é por estar sozinha ou longe de tudo que vou brilhar menos que os outros, tenho aquilo que a poucos resta, tenho coragem, coragem de enfrentar o que me aparece pela frente e sendo eu feita de lembranças cresço de dia para dia e cada vez ganho mais brilho, com todas as lembranças vou-me tornando no que a lua é. Os laços invisíveis, os afectos que ficaram por demonstrar, as cores que ficaram derramadas, as sombras que alargaram ao afastar tornaram imagens em lembranças e momentos numa vida. Não temos de saber explicar, nós sentimos, são as nossas lembranças, cada um cresce com as suas e aprende com elas e as minhas só a mim interessam. Guardo as minhas lembranças como de fossem pedaços de mim, guardo as sombras que me mostram o que fui e preso a mim levo memórias com que aprendi a crescer. A lembrança é o presente do passado.


Escrevo na esperança de que um dia, por acaso, encontres estas pequenas frases e entendas o que foste neste dia, hoje...

... ninguém!

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