Mensagem do espírito Calunga

Pare. Pare o curso caótico dos seus pensamentos, pare a aflição, pare a preocupação. Pare! Pare o que estiver fazendo.Existe o momento de agir e o momento de observar, de fazer e de preparar, de sair e de voltar para casa. Volte agora para sua casa, sua morada eterna, onde você tem o encontro com sua porção mais durável, não os pensamentos que vêm e vão, não as emoções que tomam de assalto, não o burburinho, mas o silêncio.Neste silêncio, Deus se faz ouvir, quando você se aquieta, e aquieta o mundo mental e emocional, e não se envolve com o que passou nem com o que há de vir, nem com o que disseram, nem com o que quiseram impor, nem com os acontecimentos que abalaram fortemente.Pare e veja que nem tudo é como parece, que muito do que você quer são vontades alheias que você aceitou, que muito do que você pensa ser são apenas reações às expectativas de outras pessoas. Pare de correr atrás de metas que não são suas, de satisfazer os outros e viver insatisfeito.Observe que as maiores inquietações nascem no seu mundo mental desgovernado, que quer prever para precaver, que quer pensar para resolver, mas nem tudo na vida pode ser resolvido como um exercício de matemática. A solução pode estar em um impulso do coração, na intuição a que damos ouvidos, no tempo que recupera os tecidos doentes, que abre os olhos, que conduz a novas possibilidades.Quanto sofrimento mental, estafa, neurose, seriam evitados, se as pessoas parassem... Pare, e assista seus pensamentos numa tela, sem julgá-los, sem abalos, sem vincular-se a eles pelas emoções que despertam. Apenas solte a fita e deixe passar, e verifique quantas bobagens, quantas criancices, quantos medos sem motivo, quanto espaço mental ocupado por pensamentos sem importância.Pare de se comparar. Ninguém precisa ser mais isso ou mais aquilo que Fulano ou Sicrano, porque aí só há angústia. Ser, eis o que basta. A condição do outro que parece mais favorável não significa que ele tem paz, que ele tem felicidade. E se tem, foi uma conquista da consciência e não resultado de imitação. Mas a trajetória dele não serve e nem pode servir para você. A vida pode estar querendo lhe mostrar outros modos de ser calmo e feliz, mas você não está vendo, porque está olhando para outro lado, o lado de fora.Pare de viver a vida dos outros. Pare de sofrer com a doença dos outros. Pare de chorar a mágoa dos outros. Ser solidário não é sofrer junto, é ser capaz de aliviar o sofrimento. Mas como aliviar, se você está sofrendo e precisa primeiro equilibrar-se para poder ajudar o outro a se equilibrar? Se vai chorar, se vai indignar-se, faça então pelo que lhe diz respeito, estritamente. Ao outro, faça o que seu coração diz, ame, estenda a mão, conforte. E confie em Deus, para o que está além das suas possibilidades.Não queira fazer o que é serviço do outro, não tome para si a batalha do outro, porque talvez o seu posto é que seja outro, talvez você seja mais útil de outro jeito.Pare de se recriminar por atitudes tomadas. Apenas se disponha a agir de outro modo, daqui para frente, que é o que está ao seu alcance.Pare de temer pelo amanhã, porque o amanhã não é um gigante com sentimentos próprios que pode se zangar de repente: o amanhã é a continuação do hoje. Então faça o que deve hoje, não vacile hoje, saiba escolher hoje, e deixe o amanhã chegar, como consequência lógica das causas de hoje. O que você imagina, talvez, nem aconteça, ou aconteça dentro de uma situação diferente daquela que você teme.Pare, de uma vez por todas, de forçar-se a corresponder a desejos alheios, de tentar encaixar-se em adjetivos que não lhe servem. Pare de tentar ser o que não é. Não seja assim ou assado. Só seja. Abra-se e deixe sair as qualidades divinas que Deus deu à sua alma, permita que elas apareçam, cresçam e guiem sua vida. A inteligência. A beleza. A verdade. O senso de justiça O dom de amar.